Monday, September 21, 2009

Descanse.

Respire no meu colo
No meu mundo o que procuras
Teus dedos nos fios dos meus cabelos
Emaranhados.

Mordo um pedaço da tua vida
Só pra sentir o gosto
E depois te devolvo
Um bocado a mais misturado
Com a minha.

Te dou como um presente
Este pedaço teu
Contamindado de mim.

Wednesday, August 15, 2007




De perder os sentidos
Eu sei bem o sabor
De te ver brotar do chão
Brotar dos meus dedos

E não saber o que fazer com isso
E não entender o que é
Existir assim tão perto do impossível
Querendo mais

Você segura minha cabeça com uma mão
Fazendo força, quase carinho.
E com a outra abre meu olho,
olha lá dentro

No dentro de mim
Que eu não enxergo
Vê meu intimo impossível
meus escondidos amores
meus esquecidos temores
você me conta com tua voz simples.

Quase sem saber
Me destroça
E eu mudo me entendo
No avesso do espelho

Cru.

Wednesday, August 08, 2007




Acredito que não escrevo poemas
Nunca tive tal intenção.
É simplesmente assim que me vem os pensamentos:
Aos pedaços.

E não sei usar pontos nem virgulas
Eles sempre caem em lugares errados
Então pulo pra linha debaixo
Pra fugir do assunto

E recomeçar a idéia
De um lugar diferente
E forçá-la a avançar
Como uma construção.

Saturday, August 04, 2007












.

Cru
Um tanto sangrento
quente e intocado.

É assim o meu futuro em carne
De um quente por vir a viver
como um morrer ao contrário
não nascer.

Denso de se invejar
Tem a forma real do meu querer
Que nunca é a qual imagino.

É um bicho com fome
Me morde constantemente
Me arranca pedaços com dor
Se alimenta de mim.

Tem os cabelos emaranhados de um lado
e muito compridos nas costas.
Não tem rosto
ou não me mostra.

Se roça em mim com excitação
mas não me deixa abraçar.
Só sabe me fazer querer
e seu som não posso escutar.

Anda pelo avesso
do meu contrário
quando me perco
me dá socos fortes no peito.

Me acha.

Monday, July 30, 2007

Tenho sonhado com um não-lugar
Um lugar que fica dentro de você
Dentro das pessoas que me amam

Um lugar intimo
Onde eu posso ficar sozinho
Com as portas trancadas

Onde ninguém existe
E o tempo não
E eu vivo.

Onde você me protege
E me faz carinho
E me aquece.

Onde eu desejo
O meu desejo e o teu
Desejo me deseja

Infinito.

Tuesday, July 24, 2007

Tenho dentro de mim
Dentro da minha cabeça
Uma menina preta
Uma menina preta e idosa
Que anda com um novelo de linhas vermelhas
Anda sempre a puxar a linha de dentro de um buraco
Porque quer entender de onde vem isso
Mas a linha vermelha nunca acaba
Às vezes ela se afoga num emaranhado de linhas
E nem se vê mais sua cor
Fica tudo linhas vemelhas
E ninguém mais vê o preto da menina.
Às vezes ela se organiza, e
Sem querer
Faz sumir aquilo que chegou a engoli-la

As vezes enxergo a minha preta
Indo de lá pra cá
Tentando entender o que ela vai fazer depois
Que descobrir de onde vem essa linha
Ou se ela precisa mesmo achar a ponta

“De repente é tudo assim mesmo
Nãotemfim
E eu quero que acabe
Pra poder começar de novo”

Gosto desta menina
Mas ela nem me conhece
Porque ela mora dentro de mim
Ela não sabe quem sou eu.

Monday, July 16, 2007

Nos meus sonhos de menino
sonho com meninos
meninos-sonho
que é meu desejo espelhado
me esperando,
eles nunca existiram
nunca.
Mas nunca deixei de procurar

que eu deseje demais
quem me deseja igual

hoje estou sem lugar
mas já sei de onde não sou
só não quero voltar.