Wednesday, August 15, 2007




De perder os sentidos
Eu sei bem o sabor
De te ver brotar do chão
Brotar dos meus dedos

E não saber o que fazer com isso
E não entender o que é
Existir assim tão perto do impossível
Querendo mais

Você segura minha cabeça com uma mão
Fazendo força, quase carinho.
E com a outra abre meu olho,
olha lá dentro

No dentro de mim
Que eu não enxergo
Vê meu intimo impossível
meus escondidos amores
meus esquecidos temores
você me conta com tua voz simples.

Quase sem saber
Me destroça
E eu mudo me entendo
No avesso do espelho

Cru.

Wednesday, August 08, 2007




Acredito que não escrevo poemas
Nunca tive tal intenção.
É simplesmente assim que me vem os pensamentos:
Aos pedaços.

E não sei usar pontos nem virgulas
Eles sempre caem em lugares errados
Então pulo pra linha debaixo
Pra fugir do assunto

E recomeçar a idéia
De um lugar diferente
E forçá-la a avançar
Como uma construção.

Saturday, August 04, 2007












.

Cru
Um tanto sangrento
quente e intocado.

É assim o meu futuro em carne
De um quente por vir a viver
como um morrer ao contrário
não nascer.

Denso de se invejar
Tem a forma real do meu querer
Que nunca é a qual imagino.

É um bicho com fome
Me morde constantemente
Me arranca pedaços com dor
Se alimenta de mim.

Tem os cabelos emaranhados de um lado
e muito compridos nas costas.
Não tem rosto
ou não me mostra.

Se roça em mim com excitação
mas não me deixa abraçar.
Só sabe me fazer querer
e seu som não posso escutar.

Anda pelo avesso
do meu contrário
quando me perco
me dá socos fortes no peito.

Me acha.