Wednesday, December 27, 2006

autos da construção [#1]


Será que vai?
Sempre foi assim comigo. Muita intenção na idéia, mas quando chega a hora de colocar no papel ou na tela, ou onde ser que seja, não vai. Não vai porque é difícil fazer com que os momentos aconteçam ao mesmo tempo. O momento que a idéia vem e o momento em que eu posso realizá-la, ou melhor, concretizá-la.

[Olha é verdade, eu tenho essa vontade de “concreto”, as idéias pra mim se perdem muito depressa, é como se eu precisasse concretizar algumas coisas pra formar e entender o caminho que eu estou construindo.]

Ultimamente tenho pensado em comprar um radio gravador, desses de bolso, pra gravar minhas idéias na rua ou onde quer que ela se forme. Mas também já sei que eu mal vou conseguir ouvir minha voz na gravação, escutar a própria voz gravada é duro demais. E o pior ainda será eu conseguir falar no tal gravador. Pq enquanto eu penso ta tudo muito claro e resolvido. Mas quando chega a hora das palavras faladas, pra mim que já não sou muito de falar, eu acabo travando... acho que fico constrangido comigo mesmo, como se eu de repente resolvesse existir pra mim mesmo e ter uma voz.
Pq a voz que tem um pensamento não é a mesma voz que eu falo. É sempre diferente, do mesmo jeito que a gente imagina a voz de um personagem de livro.
E ai, de repente a voz pensada vai ser a mesma que a voz falada. Aí que é que eu acho que eu não consigo. Essas duas coisas existem em momentos e dimensões diferentes.
Mesmo com esse questionamento todo acho que seria um exercício bastante interessante pra mim.
Mas até eu comprar esse tal gravador...

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Lindo texto. Mesmo.
Desacreditei na nossa história "Jangada de Pedra"...

7:17 PM  
Blogger Tá Boa? said...

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11:34 AM  
Blogger Tá Boa? said...

Obrigada pelo comentário fia. Você é um dos que mais sabe o enredo sim. Você tava lá na estréia, no primeiro capítulo...rs rs
E se no lugar do gravador, você anotar, fazer croquis. Quando eu tenho uma idéia súbita de escrever algo, eu anoto na hora, a idéia e as palavras principais, e depois desenvolvo.
Não há arte sem um mínimo de sofrimento ou conflito. Quando flui é pra valer.
Beijo fia

11:37 AM  
Anonymous Anonymous said...

"Já que tá no mato abraça o cachorro"! Hehehe!Adorei sua mensagem assim tão inesperada. Pena não termos nos visto essa semana...
Beijos e saudade.
Ah! Que máximo a exposição!

5:22 PM  

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